Sobre a vinda de um amor
Eu não gosto daquele cara- pensa você. E quando eu digo
que não gosto, quero dizer que não quero ter relação nenhuma com ele, nem
amizade, nem inimizade, nem nada. Porque não gosto dele e não quero ele
presente, de qualquer forma na minha vida.
Você está sentada num banquinho da faculdade e não sei por que causa, motivo, razão ou circunstância ele resolve se sentar ao seu lado.
Não há motivos pra ele se sentar ali. Mas ele se senta. ‘A aula está chata, não
é?’, ele pergunta. Você responde qualquer coisa monossilábica. Então ele diz
uma coisa que te impressiona. Pronto.
Meia hora depois e vocês ainda estão conversando. Vão pra
cantina da faculdade e no dia seguinte continua a conversa. E depois já estão
até saindo no final de semana. Ele já sabe o nome da sua mãe e quem são seus
primos favoritos. No começo é amizade, mas depois você já sabe no que vai dar. Tinha
que ser com ele?
Depois dele, aquele cara que você estava de olho desde o
começo do ano não serve mais pra você. O seu primeiro namorado então... Você
até esquece o nome.
Você está apaixonada pela pessoa mais improvável, mas e
daí?
A gente sabe que essas coisas são sempre uma surpresa, e
ainda assim insiste em querer controlar. Vou dizer o que eu acho, devemos
poupar o trabalho de tentar prever o próximo cara ou o cara certo, porque
regras são regras e nesse caso, a regra é que o amor chega ‘chegando’, sem
previsão, diferente do que sonhamos, porém exatamente do jeito que a gente
precisa.