O dia em que eu a encontrei.
(Imagem via http://melhorangulo.com/) |
Juliano esfregou os olhos já
vermelhos. Era um desses trabalhadores modernos que tem um cargo com nome em
inglês e era ‘home-office’. Frescura. Tinha que ficar doze horas online, editar
HTML, testar, programar, editar o Layout... “cansei”, pensou ele. Amava o seu trabalho,
mas se passaram dez horas, mais duas horas com isso e enlouqueceria. “Quem liga
se eu parar um minutinho para ir á cafeteria?”. Bom, sua chefa ligava. Mas ele
precisava tomar um café.
Lembrou-se que o elevador estava quebrado e teve preguiça. Teria de descer e subir três lances de escada. Sua mãe lhe
pediu para morar no térreo, ele disse que o segundo andar era mais chique. Ele não
queria mais ser chique! Pensou em voltar novamente para o sofá e recomeçar a
programar. Mas queria o tal café, então lhe valeria tal sacrifício. Poderia
levar o tablete e trabalhar da cafeteria.
Ele desce a escada meio correndo,
no embalo, acaba se chocando com um corpo mais frágil que o seu e,
instintivamente segura àqueles braços finos puxando ela para si, evitando que a
moça rolasse escada a baixo. A moça estava a salvo, mas o seu tablet não! Desceu pela escada e se fragmentou todo.
Antes que ele esboçasse reação a moça levanta a
cabeça e seus olhares se encontram... "Ai
eu soube, era ela, porque foi a primeira vez na minha vida que eu tive vontade
de almoçar olhando pra alguém ao invés de olhar para uma tela LCD."
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