O Pós-você


Parece descaso, mas cara, ela foi se virando como podia sem você. Foram várias barras de chocolate, mais ou menos um metro de unhas roídas, noites em que ela alternava entre gemidos de saudade e dificuldade com algum trabalho da faculdade, foram filmes de comédia romântica e blogs que falavam de desapego, escritores que ela consumiu... cada ideia nova era como uma pequena dose de morfina para aliviar a dor de te perder. 
Ela passou por todos os estágios da perda. Negação, raiva (muita raiva!), negociação com todos os sacrifícios de ter de recomeçar uma vida sem você nela, depressão (muita depressão, até que finalmente ela aceitou e te deixou partir. Depois que você partiu o coração dessa moça, ela aceitou viver sem você. E sabe, ela fez (e continua fazendo) o melhor que pode com as ferramentas que a vida oferece.
Todas aquelas noites de tédio, os cafés solitários pela manhã, ir ao mercado sozinha, ir ao banco... ela se desapegou. Uma protagonista de um filme disse uma vez que "é preciso mergulhar no mundo desconhecido para entender o nosso"... e eu sei que ela está descobrindo isso. Já está esquecendo sua segunda paixão depois de você. Ela te amava cara, mas hoje ela sente o oposto. E não, ela não te odeia! Ao contrário do que o clichê prega, o inverso do amor não é o ódio, é indiferença.

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