O final feliz perfeito

Meu grande final feliz de conto de fadas fica pra depois. Eu prefiro um final de semestre feliz, um final de tarde feliz com uma bebida bem gelada e tira gosto bem temperado, na companhia dos meus amigos. Um final de semana feliz na praia e com muitas risadas. Um final de noite feliz chegando em casa com os pés dormentes depois de ter dançado muito.

Prefiro um final de mês feliz em que sobra dinheiro. O final da panela de brigadeiro, isso me deixa muito feliz. Fico com outras felicidades. Tudo bem. E eu não estou sendo legal, sinceramente, prefiro felicidades de outros finais, que me permitam ser eu e não me obrigam a ser um personagem que executa uma série de ‘joguinhos’.

A minha princesa de contos de fadas favorita sempre foi a Cinderela e eu nunca havia pensado no ‘por quê?’ de me identificar tanto, então, uma amiga comentou que a Cinderela tinha o príncipe mais desnecessário dos contos de fadas, ela faz tudo sozinha! Se livra da madrasta chata, dribla as irmãs invejosas, vai pra nigth ferver, chega em casa e acorda no dia seguinte pra voltar a sua rotina... fala sério, ele (o príncipe) só precisou entender um pouco de sapato! Pensei um pouco e vi que ela tinha tudo a ver com o espirito de independência que sempre alimentei em mim.

Está na hora de atualizar essa história de final feliz. Estou oficialmente entregando as ilusões hollywoodianas à quem tenha interesse. O ponto mais alto da noite da Cinderela foi fugir numa carroça, de um cara metido (faria o mesmo!). Se é pra ter um relacionamento, quero um cara normal, que possa me ver em minhas roupas cotidianas, com as pessoas que convivo diariamente, fazendo as coisas que faço diariamente e que não me faça abandonar tudo, pra viver uma vida que é só dele. Eu sei que no filme com a Drew Barrymore, ela fica com o príncipe e tal, mas isso é porque o filme tem só duas horas, se tivesse uma continuação ela teria largado aquele palerma pra lá e teria ido á Paris e se tornado uma feminista e ativista contra os maus tratos aos órfãos!