Deixei ir

Imagem retirada de http://melhorangulo.com/ Foto: Allison Sara

Há dois dias, um encontro desastroso, uma garrafa de vinho, uma barra de chocolate, dois textos incompletos e várias tentativas de terminar a última temporada de Sex and the city que luto contra meu impulso de escrever esse texto. É tão clichê escrever um texto quando tudo acaba e odeio quando sou tão previsível. Mas ai me rendi, enfim, terminemos esse ciclo.
Hesitei em escrever esse texto também por outro motivo, estou falando do fim de alguma coisa que só existiu dentro dessa minha cabecinha-de-vento-e-riso. Aliás, esse é o novo apelido que inventei pra mim, porque quando não tô brisando, tô sorrindo e é normal me ver fazendo os dois ao mesmo tempo. E eu brisei muito no suposto começo. Brisei tanto que meu orientador de pesquisa percebeu, me perdi no meu próprio bairro, viajava enquanto alguém falava qualquer coisa comigo no telefone... Ficava lembrando o primeiro papo de mesa de bar, do primeiro beijo. Percebi que nunca perdi essa mania desde a adolescência. E como era bom, depois de tanto tempo na defensiva, baixar a guarda.
Por falar em mania de adolescência, eu nunca perdi a mania de me apaixonar de repente. Vamos lá, pergunte a qualquer pessoa próxima a mim: uma hora eu tô aqui, falando o quanto eu prefiro não estar apaixonada e daqui a pouco... BUM...  me apaixonei! Só que juro, cheguei a pensar que daquela vez havia sido laçada, me pegaram... alguém avisa meus pais? Não, pera! Foi alarme falso. Foi só um pouco de dopamina. Admitamos: sou boa em perder. Na verdade, sou tão boa em perder, que tenho medo, um medo secreto, de não ser boa em ganhar. Mas a gente segue vivo.
Até que a gente se dava bem. Só que é assim, quando há um sentimento não correspondido ou expectativas não alcançadas numa relação, se dar bem é algo que pesa muito na hora de acabar. Todo mundo já passou por isso. Eu já passei por isso. E tô boa nesse lance de dar tchau. No final das contas, a relação ‘faz de conta’ que tive (é, um lance meio solitário), me serviu pra duas lições: por um lado, descobri que ainda tinha muito afeto guardado debaixo de todos os meus escombros internos. Por outro, aprendi o óbvio, aquilo que vivo repetindo para as minhas amigas e que finalmente fiz, e passei no teste: quando não fizer mais bem, deixa ir.

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